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domingo, 25 de novembro de 2012

Uma luta sem vencedores



As coisas como se nos mostram estão cansando.
Vocês repararam que há uma luta constante entre os indivíduos? Um alfinetando o outro, machucando, magoando...

Antes era tudo feito dentro de um pequeno círculo e, agora, expandiu-se mundo afora através da internet. Se prestarmos atenção poderemos ter a noção exata dessa luta ou competição:
É disputa entre raças, entre religiões e entre gordinhos e magrinhos, jovens e velhos. Cada qual tentando mostrar o quanto é melhor que o outro.
Do que fala nossa boca? É a pergunta que deveríamos nos fazer antes de iniciarmos uma disputa. Porque a nossa boca fala do que está cheio nosso coração e isso não é só um tema religioso, mas que tem muito a ver com o nosso psicológico.
Sempre que nos arvoramos de defensores de uma causa é porque nos identificamos com ela. Se formos contra o racismo, primeiro admitimos sua existência e  que ele existe em nós também. Sim, é verdade. Se eu sou negra, amarela ou vermelha e digo que todos sofrem preconceito, eu estou me incluindo e muitas vezes, lutando não para fazer valer o meu direito como cidadão, como pessoa, mas travando um embate de quem é o melhor, de quem tem mais direitos, de quem fez mais etc. Assim, fica excluída a questão de todos somos seres humanos, o que nos iguala naturalmente. Todo o resto é originado na ignorância e contra ela a única solução é a educação, não a competição. Determinadas soluções são mais preconceituosas e maldosas que o problema em si. Algumas soluções rebaixam a vítima e ela nem sempre percebe.
Outra coisa que parece ter virado moda: gordinhos x magrinhos. Aí a coisa fica cruel. Sentimentos são desrespeitados e percebo, com tristeza, que acontece quase que na totalidade entre mulheres. Aliás, não vejo homens se importando com essas coisas, o que reforça a crença de que mulher é cruel com outra mulher.
Na escola, ainda meninas sofrem com adjetivos como “gordinha”, “baleia”  e outros até piores. Mas em contrapartida, existem meninas que sofrem e choram porque são chamadas de “pau de virar tripa”, “caniço”, “Olivia palito” etc.  Será que isso dói menos? Na verdade machucam tanto quanto, mas não há uma educação para terminar com esse tipo de situação. Infelizmente, em casa, a família reforça essas atitudes quando dizem: “estou falando daquele gordinho...”, “Ah, é aquela magricela...”. A mídia é  implacável, transforma magrinhas em anoréxicas  e gordinhas em consumidoras frenéticas dos emagrecedores e cremes, todos milagrosos, sem se importar com o fator saúde.
Como se não bastasse existem as piadinhas, sim porque só posso entender como piada – de mau gosto, que dizem sobre curvas e retas... Como se a “vítima” esquecesse que do outro lado também existem vítimas.
Essa é uma luta sem vencedores!
Em meu consultório assisti pessoas com traumas por terem sido magras a vida toda e também as com obesidade mórbida, o que travou a existência e atrapalhou até mesmo o desenvolvimento profissional e amoroso. Por isso minha colocação sobre o assunto.
Não estou dizendo que o preconceito não existe ou que não se deve lutar contra ele, mas acredito firmemente que essa não é uma questão de magrinhas x gordinhas. Isso é invenção dos ignorantes, dos que precisam de uma intriga para afugentar as próprias dores existenciais. Além do mais, empresas investem muito em anoréxicas e em roupas com cada vez menos tecido. A mídia adora mostrar meninas lindas, perfeitas à base de photoshop, que vendem uma imagem que gera receita para confecções, academias e laboratórios entre outros, traçando uma regra sobre o que é bonito e o que é feio.
Quando dizemos isso é bonito e isso não é, não estamos dando a nossa opinião, mas falando daquilo que nos ensinaram, do que aprendemos a ver como belo ou feio. Não acredita? Por que então  chamamos de girafa uma mulher de pescoço longo quando na Tailândia é sinônimo de beleza?
Na questão racial também existem os que lucram, afinal se eu reforço a ideia de que determinados indivíduos não possuem as mesmas oportunidades,  ganho a sua admiração e o seu silêncio ou submissão. Realmente não temos as mesmas condições, mas não por nossa cor ou crença, mas porque não investem em nós como povo em geral e não procuramos nos sobressair. Prova disso é que existem homens valorosos em todas as raças. 
O que não podemos é permitir que nos usem, não somos gados para que nos marquem de acordo com o nosso biótipo. Ao invés de lutarmos uns contra os outros é preciso lutar contra as regras injustas para ambos os lados, valorizar a saúde física e mental e entender que não precisamos seguir a maioria, podemos sim fazer a diferença.


Obrigada por prestigiar meu blog.
Volte sempre.

4 comentários:

Unknown disse...

Bem assim caminha a humanidade, e as pessoas insistem em realçar a diferença nunca a igualdade

Isabel Ruiz, disse...

Infelizmente, Joselito. Cultua-se a aparência exterior sem preocupação sobre o aspecto interior que é o que vale a pena ser ressaltado. Obrigada, amigo, pela visita. Volte sempre.

Luciana Santa Rita disse...

Isabel,

Tudo bem? Parabéns pela abordagem da temática. Penso também como você, pois a mesma sociedade que define padrões de moral, regula os preconceitos. A questão da aparência ultrapassa a essência e aí ganha espaço o juízo de valor de grupo. Crescemos na dualidade da aparência e criam-se os culpados sociais sem culpa. E o normal seria até a próxima virada de página o metodicamente equilibrado.

Gosto muito desse livro e desse trecho:

“[...]Se uma pessoa quiser, durante muito tempo e persistentemente, parecer alguma coisa, consegue-o pois acaba por se lhe tornar difícil ser qualquer outra coisa.” (Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano')

Isabel Ruiz, disse...

Oi, Luciana.
Muito bom ver você por aqui. Seus comentários são sempre oportunos e valorizam meus textos.
Obrigada!
Beijos.